Quando vale a pena formatar o servidor ao invés de tentar limpar o WordPress

Em casos de infecção avançada por malware, backdoors persistentes, spam injetado em arquivos e banco de dados, muitas vezes formatear o servidor ao invés de tentar limpar o WordPress é a opção mais segura, rápida e econômica no médio prazo. Limpezas superficiais podem remover o sintoma, mas não a persistência do invasor, resultando em reinfecção dias ou semanas depois.


Por que só limpar o WordPress nem sempre resolve

Casos onde a limpeza falha na raiz do problema

  • Backdoor instalado fora do public_html
  • Cron jobs maliciosos executando payload remoto
  • Binários alterados no sistema (php-fpm, sshd, exim)
  • Injeção no .ssh ou na camada do painel (cPanel/DirectAdmin)
  • Malware residente na imagem do container ou no hypervisor

Quando a invasão transpõe o CMS e atinge a camada do servidor, o WordPress deixa de ser o ponto principal do problema.


Sinais de que formatar o servidor é a decisão técnica correta

1) Reinfeção após múltiplas limpezas

Se após remover malware e atualizar tudo, o site volta a ser comprometido, há um persistente acesso root ou cron agendado.

2) Modificação de arquivos do sistema

Alterações dentro de pastas como /etc, /usr/bin, /tmp com permissões elevadas indicam sequestro de ambiente, não de aplicação.

3) Falha de auditoria de origem

Quando não é possível determinar como o invasor entrou, continuar limpando não é segurança — é aposta.

4) Contaminação lateral

Quando há outros sites no mesmo servidor e mais de um foi infectado, a superfície de ataque é o servidor e não o WordPress.

5) Ativos externos comprometidos

Ex: conta FTP exposta, painel do provedor vulnerável, acesso SSH vazado, além do CMS em si.


Quando ainda vale insistir apenas na limpeza do WordPress

  • Contaminação localizada apenas no wp-content
  • Inserções detectáveis no banco (spam SEO, links, js)
  • Backdoor identificado em arquivos de tema/plugins
  • Sem evidências de alteração em camadas do servidor
  • Sem reinfecção após correção de vetor (plugin, senha, nulled)

Nestes casos, a limpeza + hardening pode ser suficiente.


Comparativo prático: limpar x formatar

CritérioLimpar WPFormatar servidor
Tempo inicialMais rápidoExige reconfiguração
Risco de reinfecçãoAlto se origem desconhecidaPraticamente zero
Custo no longo prazoMaior se reincidirÚnico e definitivo
Resolução de raizNem sempreSempre
Nível técnicoModeradoAvançado

Em projetos críticos (e-commerce, leads pagos, afiliados, SaaS), tolerância a risco é menor, logo formatar passa a ser opção preferível mesmo cedo.


Processo correto ao optar por formatar

  1. Backup seletivo apenas do indispensável (DB e mídia)
  2. Provisionar servidor limpo com SO e stack atualizados
  3. Restaurar apenas dados confiáveis, nunca o código antigo
  4. Instalar WordPress do zero (core, temas e plugins originais)
  5. Rotacionar todas as credenciais (painel, SSH, e-mail, SFTP, banco)
  6. Configurar WAF, 2FA, backup externo e hardening pós-migração

O erro mais comum é formatar e restaurar o mesmo código infectado, recriando o problema.